Moto-Férias: Estrada Fora II F125cc – Dia 5, Avis – Visita Fundação Abreu Callado

Instalada em Benavila, freguesia do concelho de Avis, a Fundação Abreu Callado está instalada num edifício senhorial de característica traça rústica alentejana e que ostenta na chaminé maior a data de 1758.

No âmbito dos contactos realizados pela organização foi-nos concedida a visita á fundação, sendo em especial interessante o extenso “arquivo” do seu museu um facto digno de registo e menção, dada a preservação dos objetos utilizados no passado um fator muito curioso sob o meu ponto de vista.

Francisco Abreu Callado, nascido em 1834, foi o patriarca fundador da «casa de lavoura» que herdou o seu nome e que, no último quartel do século XIX, era uma das mais abastadas do Alentejo. Seu filho, Cosme de Campos Callado, único herdeiro por morte dos pais e irmãos (e com estes tendo fundado em 1942 um “asilo” para apoiar os idosos e reformados da casa agrícola e da freguesia de Benavila), criou depois em 1948, por testamento público, uma das mais prestigiadas instituições de apoio social, não só do concelho de Avis, mas de todo o distrito de Portalegre: a Fundação Abreu Callado.

A Fundação nasceu assim com objectivos socio-educativos visando: por um lado, os seus trabalhadores e reformados, o ensino na Escola Profissional Abreu Callado.

Os vinhos e a exploração pecuária são mais dois pilares, que além da componente social e ensino constituem as linhas de atuação da fundação.

A casa de Lavoura encontra-se dignamente preservada, servindo de museu.

Facto curioso, contado pela nossa Guia, relativamente à casa, o da escada ter sido mudada ao longo dos tempos, porque se agora se encontram na direita da casa, estava nos primórdios no lado esquerdo da casa. O facto de estarem no lado esquerdo, e isso permitir que os trabalhadores pudessem ver as pernas das filhas dos senhores, levou a que as escadas fosse mudadas para um sitio mais escondido impedindo assim os olhares.

Uma pequena amostra dos vinhos produzidos na Fundação, junto a imensos potes e talhas.

O pormenor na parede dos objetos usados para fazer os chouriços e tratamento de outras carnes.

Abaixo as salgadeiras.

Uma típica chaminé

Os pesos e as várias medidas. Confesso que já via uma balança destas há muitos anos.

Pormenores do quarto do caseiro, que tinha uma ligação direta para o barracão onde os utensílios eram guardados.

Para todos aqueles curiosos com os objectos antigos, só esta parte da casa merece a vossa visita. A quantidade de objectos de vários tamanhos e utilizações aqui em exposição é tão variada que uma descrição exaustiva de todos seria quase impossível:

Uma charrete em que predominava a cor azul.

Pipas e mais pipas

Uma debulhadora de cereais. Consoante o tamanho os mesmos iam sendo retidos no mecanismo sendo as cascas e impurezas filtrados.


Várias foices e forquilhas em exposição

Um curioso utensílio chamado corta pastos, sem ter eu ideia de como ele funcionava note-se

O tractor apesar de talvez ser o objeto mais moderno em exposição é bastante antigo.

A charrete de passeio.

Passámos de seguida a uma visita ao lagar. O lagar encontra-se desativo, dado que as últimas alterações na legislação obrigaram a obras significativas nos lagares para se manterem em funcionamento. Neste caso seria necessária a construção de uma ETAR segundo nos foi explicado, e tal como por todo o país, muitos fecharam, não sendo este uma excepção.

As prensas para espremer as ceiras onde saía o azeite.

A componente dos Vinhos parece não ser uma área muito importante da Fundação, não deixando de ser obstante um dos seus pilares, e dos seus vinhos serem bastante premiados.


Tivémos oportunidade de fazer a prova de um vinho licoroso, bastante agradável.

Em termos de vinhos ainda estive a espreitar a oferta da fundação, e ainda estive a perguntar alguns conselhos à nossa guia Sara, que me aconselhou inicialmente um Dom Cosme Reserva, o top da fundação, com um custo sensivelmente de 15€.

Optei por trazer o seu “AC Reserva” Tinto de 2009, que ainda não tive oportunidade de degustar, mas que era o produto recomendado na linha do Dom Cosme.

De igual forma adquiri ainda um licoroso que tinha provado, e uns queijinhos que vieram até Almada. Os queijos eram de facto deliciosos!!!

Houve ainda para uma troca de palavras e ideias com a responsável que nos tinha guiado, em conjunto com uma outra colega que também adquiriu alguns produtos.

Aparentemente a fundação promove as provas de vinho, e que por alguns euritos, em conjunto com um bom chouriço assado teriam sido um excelente programa. Fica para uma próxima vez!

E após isto, quase a terminar foi altura de regressar, a que terá direito a um post próprio aqui no blog.

 

One Comment

  1. Pingback:Moto-Férias: Estrada Fora II F125cc – Dia 5, Avis > Casa, o fim | /home/edgardurao

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *